Robert Plant aos 77: Muito Além do Led Zeppelin
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Hoje é o dia dele! Robert Plant completa 77 anos neste 20 de agosto de 2025, e sua voz – um dos instrumentos mais icônicos do rock – permanece um farol de energia vibrante, não um mero eco do passado. Enquanto muitos artistas, até bem mais jovens, se contentam em reviver incessantemente seus sucessos, Plant nunca parou. Ele segue obstinadamente sua musa, que continuamente o inspira a buscar o novo e a evoluir.
Em 2007, o mundo parecia ter a chance de um reencontro definitivo. Plant concordou com o show de reunião do Led Zeppelin na O₂ Arena de Londres, para fazer um tributo a Ahmet Ertegun, fundador da Atlantic Records. Com Jason Bonham na bateria, o show, que seria registrado no filme ao vivo/álbum “Celebration Day”, foi um evento histórico. Clássicos como “Stairway to Heaven” e “Kashmir” soaram com uma energia e precisão técnica que arrepiou críticos e fãs após 27 anos de hiato. A demanda por ingressos superou a marca de um milhão, provando que ainda existia um espaço para a banda no grande circuito das turnês mundiais.
Empresários começaram até a precificar esse retorno, no entanto, contrariando todas as expectativas de um grande e lucrativo retorno, Plant disse não. Preferiu focar em sua carreira solo, recusando-se a se tornar uma “juke-box” ambulante, enquanto seus companheiros Page e Jones chegaram a buscar outros vocalistas para aproveitar o sucesso de público que a ideia parecia receber.
Em 2019, essa busca pelo novo passou a incluir a banda Saving Grace. Nascido de forma despretensiosa com músicos da região onde Plant vive, no interior da Inglaterra, o grupo conquistou seu espaço com um som orgânico, profundamente conectado às raízes folk e blues que sempre alimentaram o artista.
A parceria agora atinge seu ápice: o primeiro álbum de estúdio do Saving Grace, homônimo, está previsto para 26 de setembro de 2025. A gravação espelha a essência do projeto: feita de forma natural entre 2019 e 2025, em estúdios caseiros e até ao ar livre, capturando a vibe pastoral e intimista que sempre esteve presente na música de Robert Plant.
Por causa deste novo trabalho, o vocalista está na capa da edição de outubro da revista Mojo, onde concedeu uma entrevista franca e reveladora. Ele não só detalha o processo criativo com o Saving Grace, como reflete sobre toda a sua trajetória. Plant continua rejeitando qualquer forma de nostalgia, declarando que “repetir velhas fórmulas trairia a centelha criativa” que fez do Led Zeppelin um fenômeno. Para ele, a verdadeira essência está em seguir em frente, buscando novos sons e colaborações.
Na entrevista, ele descreve o show de 2007 como um adeus carregado de “medo e grandeza” e descarta completamente qualquer ideia de turnês tributo. Reviver hits antigos, ele argumenta, seria desconectar a música do momento presente, citando canções subestimadas como “For Your Life” e “Achilles Last Stand” como exemplos de que a genialidade vai muito além dos singles de sucesso.
A edição da Mojo ainda presenteia os fãs com um CD de compilação com 15 faixas da carreira solo de Plant, incluindo a inédita “47 Roses”.
Em 2025, Plant está em pleno movimento. Além do álbum do Saving Grace, o cantor prepara outro disco ainda sem título para o fim do ano. A turnê Spring Fever, que mistura folk appalachiano, blues e “alma psicodélica”, tem conquistado plateias na Europa. Paralelamente, o Podcast do artista “Digging Deep”, com suas 5 temporadas disponíveis online em que o artista conta histórias sobre sua carreira e seu trabalho de busca incessante que já o tornou há muito tempo em um arqueólogo cultural, constantemente desvendando as raízes globais que alimentam uma sonoridade única.
Parabéns, Mestre! Obrigado por manter viva a magia, o mistério e o encantamento que só você sabe criar. Por sua causa, a música deixou de ser apenas som: tornou-se emoção pura. 🎶🎉🎂🥂
Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade