Celebrando Caetano Veloso: 83 Anos de uma Voz que Carrega o Brasil

Caetano Veloso – foto: Reprodução

Hoje é o dia dele! Nesta quinta-feira, 7 de agosto de 2025, o Brasil celebra os 83 anos de Caetano Veloso – cifra que transcende números, testemunhando uma trajetória que remodelou a cultura brasileira. Nascido em Santo Amaro da Purificação (BA) em 1942, o artista transformou seu aniversário em ato político-poético: em 2020, aos 78, elegeu esta data simétrica (“dia sete do oito“) para sua primeira live, a #Livealenda, presenteando fãs com “Talvez” (inédita do filho Tom) e “Tigresa”, que ele dedicou à esposa Paula Lavigne.

A semente da lenda germinou em agosto de 1964, quando Caetano, então estudante de filosofia de 22 anos, subiu ao palco do Teatro Vila Velha em Salvador ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Tom Zé. O espetáculo “Nós, por exemplo…” foi seu batismo artístico – a “pia batismal dos artistas baianos”, nas palavras de Gil. Na estreia que emocionou até os durões, Gil chorou ao cantar “Maria”, enquanto Gal Costa, balconista de 18 anos, estreava com “Se é tarde me perdoa”. Reuniões na casa da atriz Maria Moniz, com sopas na residência de Dona Canô, forjaram canções como “Clever Boy Samba”, embrião de “Alegria, Alegria”.

“Estávamos nervosíssimos. Foi a primeira vez que pisei num palco […] foi maravilhoso, inacreditável”Gal Costa, sobre a estreia em 1964.

Em 2025, Caetano desmonta qualquer ideia de aposentadoria. Após a turnê com Bethânia, compôs “Um Baiana” e comanda festivais como o Enel Festival de Inverno Rio, onde homenageou Preta Gil com canção inédita, “expressão íntima de nossa vida em família“. Seu repertório atual prioriza obras que enfrentam “tempos conflituosos, salvas pela tentativa de poesia“.

Caetano é também o líder de um clã que é parte essencial de sua mitologia, seus filhos também abraçaram a arte e Moreno Veloso, 53, é celebrado como “beleza pura sempre” e “professor da cultura“, enquanto Tom Veloso herdou o talento composicional – “Talvez”, apresentado na live de 2020, marcou a primeira colaboração pública entre pai e filho.

“O ‘por exemplo’ [do show de 1964] queria dizer […] que tínhamos certeza de haver muitos outros, toda uma geração a que nós pertencíamos”.

Enquanto o Brasil o canta hoje, Caetano segue nos trilhos da criação. Se em 2016 a Rádio Câmara celebrou seu aniversário com “Trem das Cores”, em 2025, ele conduz uma locomotiva de projetos: seis festivais confirmados até novembro e novas composições que mantêm viva a chama do menino que ousou chamar-se “exemplo”.

Como escreveu Caetano sobre Moreno, ecoando Barbara Browning: “How Beautiful Could A Being Be? é uma pergunta-resposta sobre a existência”. Aos 83, ele é essa pergunta-resposta em carne, voz e coragem. Seu nascimento fez o mundo “valer muito mais” – e seu presente nos lembra que a arte é um ato de permanente renascimento.

“Na minha voz, trago a noite e o mar” (Sol Negro) – e na voz de Caetano, trazemos todos nós.

Feliz 83 anos, eterno menino das cores! 🎂🎉✨🎶

Uma das melhores formas de comemorar Caetano Veloso é ouvindo sua música. A Revista Eletricidade publicou a playlist Caetano 80, no Spotify, na comemoração dos 80 anos desse artista e, hoje, voltamos a compartilhar com você as nossas 30 músicas favoritas de sempre de um artista que é um verdadeiro patrimônio cultural do Brasil: (vai lá ouvir e salvar – é grátis!)

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