A Última Missão – Frenesi de Ação e Química Geracional no Topo da Prime Video

A Última Missão – foto: Reprodução

Dirigido por Tim Story (Quarteto Fantástico), A Última Missão estreou no Prime Video em 6 de agosto e rapidamente conquistou o topo dos mais assistidos. O filme coloca Eddie Murphy e Pete Davidson nos papéis de Russell e Travis, dois motoristas de carro-forte com personalidades opostas, cuja rotina vira um caos total quando são emboscados pela astuta criminosa Zoe (Keke Palmer) e sua gangue. Sem spoilers, a trama segue a dupla tentando sobreviver a um dia catastrófico enquanto protege um segredo muito maior do que o dinheiro que transportam.

O carisma do elenco é o alicerce que sustenta a história. Eddie Murphy, como o veterano Russell, demonstra toda sua expertise como lenda da comédia. Com timing impecável e expressões cáusticas, ele dá peso ao personagem – um motorista experiente sonhando em abrir uma pousada com a esposa (Eva Longoria). Murphy equilibra sarcasmo e vulnerabilidade com maestria, especialmente nas cenas de ação física que ecoam seu auge em Um Tira da Pesada, mas agora com a maturidade do “sábio” da dupla. Pete Davidson, como o novato desastrado Travis, rouba cenas com seu humor autodepreciativo e presença física. A química entre os dois, embora improvável, é eletrizante e eficaz, impulsionada por improvisações que trazem espontaneidade. Travis é o anti-herói cujas decisões oscilam entre o genial e o caótico, e Davidson extrai risos genuínos de cada falha. Keke Palmer completa o trio com brilho como a antagonista Zoe, combinando inteligência estratégica com um fascinante toque de ambiguidade moral. Seu passado com Travis adiciona camadas à trama, e Palmer domina tanto o humor quanto a ameaça, evitando clichês de vilão cartunesco.

O motor da trama, no entanto, é o frenesi da ação e seu maior trunfo. As sequências de perseguição, coreografadas com efeitos práticos viscerais, mantêm um ritmo alucinante. Câmeras dinâmicas capturam explosões, derrapagens e tiroteios com uma fluidez impressionante, culminando num clímax eletrizante dentro de um cassino, onde a dupla enfrenta inimigos em meio a máquinas caça-níqueis destruídas. A direção de Story, embora oscile um pouco no tom narrativo, acerta ao priorizar a adrenalina pura sobre o realismo, criando um espetáculo com cara de blockbuster.

A Última Missão não se propõe a reinventar a roda. É uma comédia de ação clássica, abraçando clichês do gênero como a dupla policial e com muitas reviravoltas previsíveis. Porém, a entrega é sólida e competente. As piadas, mesmo não sendo todas originais, funcionam graças ao talento cômico do elenco, e os momentos emocionais – como a preocupação de Russell com a família – são inseridos sem cair no melodrama. A trilha sonora energética, com toques de funk, é um aceno ao legado de Murphy e reforça o clima descontraído e acelerado.

O veredito final é claro: A Última Missão não é uma obra-prima. O roteiro claramente prioriza o ritmo e a ação em detrimento de profundidade, e alguns antagonistas além de Zoe ficam subdesenvolvidos. Ainda assim, cumpre sua promessa essencial com louvor: é um filme divertidíssimo, puro entretenimento escapista para 96 minutos. O sucesso estrondoso na plataforma (top 2 em Hong Kong e em alta no Brasil) comprova seu apelo como “filme pipoca”. A dupla Murphy-Davidson é tão improvável quanto cativante, e Keke Palmer confirma seu carisma. Assista sem expectativas de inovação radical, mas com a garantia de muitas risadas e explosões extremamente bem executadas. Disponível no Prime Video desde 6 de agosto, o filme é uma aposta certeira para fãs de comédia de ação old-school, onde performances carismáticas elevam um material familiar. Prepare a pipoca e entre de cabeça na corrida maluca de Russell e Travis!

Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade

Assista ao trailer de “A Última Missão”:

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