Sem Deuses ou Monstros: O Preço da Guerra no Novo Filme de Pasolini
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Clássico há milénios, a história de Odisseu agora regressa aos cinemas numa nova versão, mais humana; “O Retorno” chega aos cinemas brasileiros no dia 04/09 e adapta a parte final da “Odisseia” de Homero, com foco na difícil volta para casa depois da guerra.
O filme, classificado para 16 anos, é protagonizado por Ralph Fiennes no papel de um Odisseu abatido e traumatizado por duas décadas de guerra e errância. Ao chegar a Ítaca, ele encontra um reino em caos: a sua esposa Penélope, interpretada por Juliette Binoche, vive sob a pressão de pretendentes ambiciosos, e o seu filho Telêmaco (Charlie Plummer) enfrenta perigos mortais. Sob a direção de Uberto Pasolini, a narrativa remove deliberadamente os elementos mitológicos do épico para explorar o trauma psicológico, as feridas físicas e a complexa reintegração familiar do herói.
Filmado nas paisagens deslumbrantes da Grécia (Corfu e Peloponeso) e de Itália, “O Retorno” marca a emocionante reunião de Fiennes e Binoche, 30 anos após o inesquecível “O Paciente Inglês”. Com um orçamento de 20 milhões de dólares, o drama já foi exibido no Festival de Toronto e no Festival de Chicago, onde conquistou a crítica – possui 78% de aprovação no Rotten Tomatoes – por seu ponto de vista psicológico e pelas performances intensas do elenco.
Numa interessante virada do destino, este filme intimista surge em contraste direto com a próxima adaptação épica de Christopher Nolan, intitulada “The Odyssey”. Com previsão de lançamento para 2026 e um orçamento colossal de 250 milhões de dólares, o projeto de Nolan abrangerá toda a jornada mitológica, com direito a Ciclopes, Sereias e um elenco estelar incluindo Matt Damon e Tom Holland. Este duelo de interpretações mostra como o mesmo clássico pode ser reinventado em escalas e focos radicalmente diferentes.