HBO Max Recebe “Superman”: O Filme que Reiniciou a DC Com Otimismo

Superman 2025 – foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (19/09), Superman chega ao catálogo da HBO Max, consolidando um dos maiores sucessos cinematográficos do ano na plataforma de streaming. Dirigido por James Gunn, o filme arrecadou US$ 615 milhões mundialmente e reiniciou o Universo Cinematográfico da DC com uma visão otimista e humanizada do herói. Após um período de 70 dias de exibição nos cinemas, a obra está agora acessível a um público mais amplo, acompanhada de recursos exclusivos, nos EUA, por exemplo, ela recebe uma versão especial interpretada em Língua de Sinais Americana (ASL).

Em um momento em que todo o gênero dos filmes baseados em heróis dos quadrinhos tem “patinado” entre tons cinzentos e dilemas existenciais, James Gunn acerta ao devolver ao Homem de Aço sua pulsão de esperança. David Corenswet, no papel título, não apenas encarna o poder sobre-humano que atravessa a estratosfera, mas também revela, em gestos contidos e olhares curiosos, o jovem Clark Kent que ainda está buscando conviver com a vastidão de seus dons. Entre belas cenas de voo e sequências de combate grandiosas — destacando-se um duelo contra uma criatura colossal que parece saída diretamente da tradição japonesa dos kaijus, monstros gigantes dos quais Godzilla é o mais famoso, há sempre espaço para a contemplação do herói tentando levar uma vida normal e até questionando onde sua presença se encaixa em um mundo acostumado a temer o extraordinário.

Ao seu lado, Rachel Brosnahan redefine Lois Lane como uma jornalista sem verniz, ambiciosa e perspicaz, capaz de desafiar a legenda estampada no Daily Planet com perguntas que expõem não apenas as intenções do herói, mas também o próprio senso de justiça que ele carrega. Do outro lado do espelho, Nicholas Hoult entrega um Lex Luthor obcecado por respostas e pelo medo humano diante do desconhecido, atuando como um antagonista cuja força não reside apenas nas balas de kriptonita, mas também, como os vilões da vida real, na manipulação da opinião pública que promove online.

A trilha sonora de John Murphy e David Fleming costura emoções com batidas sutis e temas épicos, abraçando tanto o heroísmo clássico quanto momentos de pura melancolia. Os efeitos visuais, ainda que criticados por certos puristas como carentes de ousadia, servem ao propósito de dar substância a narrativas de amor e medo.
Se há tropeços — como a inserção meio desajeitada de outros heróis da DC, já no caminho da expansão do Universo Cinematográfico à trama central, ou aquele humor característico do diretor que nem todo mundo é fã —, eles não apagam o feito maior: devolver a intenção de criar um Superman inspirador.

Diferente da versão clássica de 1978, dirigida por Richard Donner e imortalizada por Christopher Reeve — que enfatizava um encantamento ingênuo e uma aura quase messiânica —, o Superman de Gunn mescla cores vibrantes a doses calculadas de melancolia, mostrando um herói que sente medo, carrega cicatrizes emocionais e, mesmo assim, mantém viva a chama da esperança. Enquanto o longa dos anos 70 apostava em cenários grandiosos com movimentos de câmera amplos e trilha orquestral triunfante, este novo capítulo privilegia enquadramentos íntimos, trilhas que transitam entre a sutileza e o épico, e um humor que humaniza sem superficialidade.

Ambos os filmes compartilham a mesma essência de bondade inabalável, mas é na vulnerabilidade exposta por Corenswet que encontramos o Superman que faz sentido para uma geração que anseia não apenas por heróis invencíveis, mas por símbolos de compaixão em tempos sombrios.

Além do sucesso comercial, Superman é o primeiro filme do novo DCU sob a liderança de Gunn e Peter Safran, e já tem sequência confirmada: Man of Tomorrow, prevista para 2027, explorará uma aliança improvável entre Superman e Lex Luthor contra uma ameaça maior.

Além do sucesso comercial e dos avanços técnicos, Superman consolida-se como um filme culturalmente vital em uma era dominada pelo cinismo e pela descrença. Neste momento em que o mundo se fragmenta cada vez mais em extremismos, talvez o mito criado pelas histórias em quadrinhos possa voltar a importar. Agora, disponível para ser revisitado e debatido no conforto dos lares, sua mensagem de esperança tem o potencial de ressoar com um público ainda maior, tocando corações e reacendendo a fé no que há de melhor na humanidade.

Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade

Assista ao trailer de “Superman”:

Comente: