David Coverdale – Good to Be Bad in Brazil!
|O Whitesnake passa novamente pelo Brasil e desta vez veio cheio de novidades: novo baterista, novo disco, nova turnê, novas músicas e principalmente uma nova disposição para levar sua música aonde o público está.
Foi por isso que, pela primeira vez, a banda tocou em Manaus, no dia 03 de Maio, onde começou oficialmente a parte brasileira da tour “Good to be Bad”, com um total de seis apresentações.
Para falar sobre tudo isso e mais algumas coisas, a Revista Eletricidade saiu na frente e fez esta entrevista exclusiva com David Coverdale, vocalista e líder da banda desde que ela surgiu há 30 anos, na Inglaterra, logo após sua saída do Deep Purple:
Revista Eletricidade – “Good to be Bad” é o primeiro disco de inéditas nos últimos 10 anos, após “Restless Heart”, você poderia falar um pouco sobre como foi este intervalo de 10 anos e porque demorou tanto?
DC- Não demorou muito para mim… Eu simplesmente não sentia vontade de tomar parte daquele monstro em que o mercado da música estava se transformando.
Cansei de me decepcionar… Eu dava a eles músicas e discos que eram importantes para mim e estava trabalhando com gravadoras que não davam a mínima.
Refletindo sobre isso agora, até me surpreende que consegui resistir tanto.
A maior parte destas pessoas pensam completamente ao contrário do que eu penso. Recentemente fui seduzido por uma gravadora alemã independente chamada SPV. Eles me mostraram que ainda existem executivos que ouvem, gostam e se importam com música.
Esta é uma principais razões que me fizeram decidir fazer um novo disco e começar todo este processo novamente, depois de tantos anos.
E também, é claro, que encontrar uma banda fantástica que me deu vontade de gravar também ajudou!
Revista Eletricidade – Como foi o processo de composição para este novo disco?
DC – Muito natural… desenvolveu-se perfeitamente… Doug e eu temos uma grande amizade. Foi natural que pudéssemos compor juntos.
Ele é um grande parceiro… Ele pensa sobre o Whitesnake como eu, não havia necessidade de procurar em nenhum outro lugar por um parceiro para compor.
Revista Eletricidade – O novo disco é mais pesado, mas não perde o contato com as baladas e também tem um forte “sotaque” blues. Foi uma sonoridade planejada, ou só aconteceu de sair desse jeito? Alguma música favorita entre estas novas?
DC – Nós conversamos e decidimos o que queríamos para este disco, o estilo das músicas e começamos a compor.
As 11 músicas que estão no disco são nossas favoritas desta fase e se desenvolveram exatamente como queríamos.
Foi mesmo tranquilo comparado com outros projetos em que me envolvi.
Eu gosto do disco inteiro, mas adoro o tema de “Best Years”, porque ele diz como me sinto neste momento de minha vida.
Revista Eletricidade – Como foi tocar em Manaus pela primeira vez? Você chegou a ir dar uma olhada na Floresta Amazônica?
DC – Sim, foi uma experiência muito recompensadora. Eu senti que estávamos criando um novo caminho para as outras bandas.
Eu acho que o Brasil está criando um circuito para turnês, como já existe em outros países, onde você pode ver as suas bandas favoritas mesmo estando fora das grandes cidades.
Os músicos precisam ir até onde as pessoas estão e que lugar magnífico para se começar uma tour… Eu adorei.
Revista Eletricidade – De tempos em tempos se ouve um fã dizendo que sente falta da formação clássica do Whitesnake com Vandenberg, Sykes, etc… Como você se sente sobre isso? Te incomoda de alguma forma?
DC – Não me incomoda de forma alguma… Não tenho desejo de voltar para nenhuma época anterior de minha vida.
Sinto muito se as pessoas não estão felizes com as coisas como estão agora, mas por favor entendam que eu estou e isso para mim é muito importante.
Não faz sentido algum tentar fazer as outras pessoas felizes se eu não estou.
Mas eu amo o Adrian Vandenberg como um irmão e espero que um dia possamos trabalhar juntos novamente.
Ele é um grande homem mas, qualquer um que tenha acompanhado minha carreira por algum tempo sabe que raramente volto atrás, estou sempre olhando para a frente.
Revista Eletricidade – Como vocês chegaram no Chris Frazier?Como foi trabalhar com ele nesse novo disco?
DC – É maravilhoso trabalhar com ele, é uma pessoa muito positiva e um ótimo músico.
As gravações da bateria foram as únicas feitas em um estúdio tradicional. Ele foi impressionante e é um membro muito importante da banda.
O Whitesnake tem novamente o seu “groove”. Você sabe que algumas bandas tem rock, é o “roll” que está faltando e o Frazier tem “roll”, prá caramba!
Revista Eletricidade – Alguma mensagem para os fãs brasileiros?
DC – Eu gostaria que nós pudéssemos nos encontrar mais regularmente e nos conhecermos mais intimamente.
Sou muito grato por qualquer oportunidade de vir até aqui e apresentar a minha música a vocês…
Eu sinceramente agradeço por seu apoio contínuo.
Valeria Maraviglia/Adriana Maraviglia
@revistaeletricidade